Foi a 30 de Setembro que tudo aconteceu

Malta jovem se junto e um novo núcleo apareceu

No Bola D´Ouro cresceu a ideia “fenumental”

Com 30 bácuros fazer o maior Núcleo de Portugal

E a ideia foi em frente e até um simbolo criámos

Para de emblema servir um esbelto porco adoptámos

De aposta em aposta, ao futebol na praia

O que nos parte a carola “é um belo rabo de saia!”

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

Sexta-feira, é pronúncio

Domingo, Agitado

Sábado, é dia de Fé

“Finau de Semana é Sagrado”

Lá, lá, lá, lá lá……………Lá, lá, lá, lá lá…………

Já passamos por muito juntos e vamos aguentando

Agarrados às Bejecas e aos amendoins no “Fernando”

Sempre sempre em discussão, por vezes não joga o baralho

Há a irritação da ordem, “ó pá vai mas é para o caralho!”

Nasceu do nada a união que muitos anos durará

Bem expressa nesta canção, a qual ninguém esquecerá

Foi a 30 de Setembro que tudo aconteceu

Malta jovem se juntou e um novo Núcleo apareceu

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

Lá, lá, lá, lá lá…………….Lá, lá, lá, lá lá………

Lá, lá, lá, lá lá…………….Lá, lá, lá, lá lá………

quarta-feira, março 30, 2005

"30 Pérolas a Porcos"

Dá-se hoje a conhecer ao mundo, algum do espólio de ouro do NAB. 30 entre muitas das melhores frases proferidas pelos seus elementos. Momentos de fraqueza ou infelicidade dos gigantes que com os seus tropeções linguísticos fizeram nascer uma mística incomparável. A ordem não é importante, apenas cronológica, mas revela alguma assiduidade dos mais "versados" na arte do "pontapé na gramática" ou "tropeção na lingua".

Aqui estão 30 pérolas a porcos, com a conotação que cada um lhe quiser dar...

1 - José Fonseca
“A MINHA NAMORADA É EPILÉTRICA”
31/01/91

2 - Nuno Brito
“OS CÔCOS DO PRIMAVERA ESTAVAM EMBALSAMADOS”
15/03/91

3 - Abel Pacheco
“O ZECA AFONSO AGORA TAMBÉM TOCA ADOLFO?”
20/03/91

4 - Carlos José
“QUE TIPO DE PITEIRAS É QUE USAS?”
15/04/91

5 - João Leitão
“UM CONCERTO SEM PUBLICO É COMO UM OVO SEM OMOLETES”
18/04/91

6 - Carlos Jorge
“PASSOU O CARRO DA POLICIA E DUAS CASAS DE AMBULÂNCIAS”
18/04/91

7 - Hugo Martins
“EU VI UM GATO A FUGIR ATRÁS DE UM CÃO”
25/04/91

8 - Abel Pacheco
“AS PAMINHAS DA CATRINA”
26/04/91

9 - José Fonseca
“EU NA TORRE DOS CLÉRIGOS ESTIVE A 2000 METROS DE ALTITUDE”
09/05/91

10 - Nuno Brito
“O GAJO PARA A FREGUESIA VOTA QUELUZ, E PARA O CACÉM VOTA P.S.D.”
20/05/91

11 - Hugo Martins
“SAMPAIO É NOME DE CHOURIÇO!”
21/06/91

12 - Nuno Brito
“EU QUERO VER O BENFICA E ESTES GAJOS SÓ METEM A TARTARUGA DUM-DUM”
06/11/91

13 - Pedro Oliveira
“NÃO HA CADEIRAS? ENTÃO FICO SENTADO EM PÉ!”
10/11/91

14 - Carlos Magalhães
“QUE TE AMIGA TEU AVISO É”
15/11/91

15 - João Leitão
“ARROZ MAROTO”
01/12/91

16 - Carlos Jorge
“O MEU CÃO É SOLDADO”
01/12/91

17 - Nuno Bento
“UMA MOEDA DE 3 CARAS”
03/12/92

18 - Carlos Ribeirinho
“EU O ANO PASSADO JOGUEI DOIS ANOS VOLEI”
03/12/91

19 – Abilio Ferreira
“ESTA DO IURAN MARCAR PENAILTIES DO LADO DIREITO DO BENFICA, É QUE NÃO DÁ”
07/12/91

20 – António José
“O SPORTING SÓ COMEÇA A JOGAR AO NONAGÉSIMO NONO MINUTO”
12/12/91

21- Nuno Brito
“MULHERES TARADAS POR ANIMAIS SEXUAIS”
14/12/91

22 – José Pedroso
“HÁ UMA FAIXA PARA VIRAR À ESQUERDA, E UMA FAIXA PARA VIRAR EM FRENTE”
15/12/91

23 – Hugo Martins
“TENHO DORES DE FEBRE”
21/12/91

24 – Carlos Ribeirinho
“REBOIBOINA AI A CASSETE DE VIDEO”
28/12/91

25 – Nuno Silva
“FUI À FARMÁCIA COMPRAR PRESERVATIVOS DURACEL”
31/12/91

26 - Jaime Gonçalves
“NO JUMBO É QUE É, PAGUE 3 LEVE 2”
04/01/92

27 – Nuno Brito
“EU ESTAVA A FALAR COM O MANEL NO INTERRUPTOR”
05/01/92

28 – Hugo Martins
“OS TÉNIS QUE EU TENHO SÃO PRETOS E DIZEM COR DE ROSA ATRÁS”
14/01/92

29 – Quim Zé
“O MEU VIZINHO QUERIA BATER NO LIXO”
31/01/92

30 – Abel Pacheco
“O DEDO MININHO”
05/03/92

E foram somente 30... apenas o começo...

Giovanni

terça-feira, março 22, 2005

"Os Xutos de amanhã"


Os Vómito foram uma grande banda.

Posso afirmar, com um grande grau de imparcialidade, que foi uma das maiores bandas “underground” portuguesas do final dos anos 80.

Um dia alguém disse:
-É pá, e se a gente fizesse uma banda!!!
Uma ideia magnifica. Havia apenas um senão
…Quase ninguém sabia tocar...

O Nuno Rafael e o Zé Vilão, eram os únicos que sabiam o que eram acordes.
Tocavam numas guitarras clássicas, bem apropriadas para quem queria fazer uma banda de “Punk Rock”, às quais conseguiam tirar sons distorcidos, chegando mesmo a servir de base à gravação da 1ª maqueta - “A Cave Proibida”- onde se destacavam musicas como “Repouso no Céu”, “Sistema Anárquico” e “Monotonia”.

Rudimentar, como se exigia, esta maqueta foi gravada com tuperwares, cinzeiros de latão e almofadas, a fazer de bateria.

O 5 base era formado por:
Nuno Rafael (guitarra)
Zé Vilão (guitarra)
João Miguel (Baixo)
Ricardo “Lineu” (bateria)
João Leitão (voz)

Mais tarde, os Vómito passam a Quarteto: sai Ricardo “Lineu”, João Leitão passa para os Tuperwares (perde-se um excelente vocalista) e Zé Vilão passa a ser a voz da banda.

A partir daqui ninguém os pára com um percurso verdadeiramente vertiginoso, que os levaria inclusive a tocar em estádios!!

1988:
2ª Maquete - “30 Minutos com...”
Lado A
1 – Putos da Rua 2 – PSP (Por ser parvo) 3 – Sistema Anárquico 4 – Sou só mais um
Lado B
1 – Meu cão é Zarolho 2 – Fome 3 – Sei-me governar sozinho 4 – Quero vomitar

1989:
3ª Maquete - “JequePote89”
Lado A
1 – A Pau com os Ursos 2 – O Dia das Mentiras 3 – Roque-a-Pilhas 4 – Eu não quero
Lado B
1 – Orgia Paroquial 2 – CEE 3 – A Pita da Velha 4 – O Ladrão

Passam a ser uma banda sem fronteiras, não só de Queluz, não só de Portugal, mas do mundo (O Biafra dos Dead Kennedys chegou a ouvir a maquete).

Surgem concertos em um pouco por todo o país... e os pontos altos:

1ª Parte de Xutos & Pontapés (Estádio do Beira Mar) e Mão Morta (Forte de Chaves).

Os Vómito passam a ser uma referência (multiplicam-se os fans), e têm uma influência determinante para o surgimento de novas bandas.

O Zé Vilão depressa se torna um ícone!!!
Um “sex symbol” que viria a determinar algumas tendências.
Terá David Beckam tido inspiração na crista de Zé Vilão?!!?

O Bar Oceano e o Rock Rendez Vous são “Catedrais” onde podem ser ouvidas as suas letras corrosivas.

Juntamente com bandas dos finais de 80, como os Mata Ratos, Condenação Pacifica, Censurados, Los Paz D´Almas, Crise Total, Peste & Sida, Amen Sacristi, Khaos, Santa Maria Gasolina em teu ventre, K4 quadrado Azul, Clandestinos, Lucifer Fere, entre outros, constituem parte do espólio musical nacional, menos comercial.

Entrevistas em Fanzines, em rádios, reportagens em jornais, e concertos eram agora o quotidiano dos Vómito.

Reproduzo o que foi escrito no extinto jornal “LP” pelos jornalistas José Faísca e João Pedro Costa:

“ Os Vómito são os Xutos de amanhã, os Peste & Sida de depois de amanhã e os Mata Ratos do dia a seguir a depois de amanhã.”

Nunca chegaram a ser os Xutos de amanhã...

Nos Vómito não podiam haver substitutos.

A dissolução do grupo foi inevitável…

Mas ficou para sempre a dúvida…
…será que chegariam a ser?...

Deixo-vos o desafio de nos relembrarem alguns dos momentos que partilhámos juntos.

Giovanni

quinta-feira, março 17, 2005

Os "Relógios Suiços"

Estava a pensar em escrever qualquer coisa para actualizar o blog, e os temas que me iam surgindo eram muitos e bastante diversificados.

Foi difícil optar, mas acabei por escolher um, relacionado com uma determinada altura da nossa vida, que marca uma fase de “emancipação “ e “afirmação”, onde nada iria ser como dantes!!!

O primeiro carro.

Talvez hoje se possa dizer isto – o meu primeiro carro – mas quando foi a minha vez, e certamente a de muitos outros, não foi bem assim…
A estória era outra!!!

Lembro que com dezoito, dezanove anitos, lá fui eu tirar a carta (acho que custou para aí uns 55 contos).
O objectivo era comprar (lembro-me bem) um Fiat 127!!!

Nessa altura, já alguns aceleras, andavam nas horas, com as suas bombas.
Lembro-me do Meg, com o seu mini verde que fazia dele um verdadeiro Fangio (aquele carro andava muito).
Foi depois trocado por um corsa azul que “dava” 110Km/h em segunda (um record)!!!

O Zé Fonseca alinhou pelo mesmo diapasão, com o seu “grande” mini (acho que era bordeuax) a fazer as delícias da malta.
Não sei se couberam 22, mas que era o autocarro do clube, era. Sofreu sempre da mesma maleita – não gostava de parar, vá-se lá saber porquê...

O Abel que utilizava com frequência o Austin Montego da familia, fez um "outsourcing" com um bate-chapa, e optou por renovar a carroçaria. Normalmente não tinha culpa...

Apareceram, depois outras modas:

O Bento criou a do Tubarão!!!
Fez tanto sucesso que mais tarde foi seguida pelo míudo Cajó.
Um escolheu branco, o outro preto.
Fantástica espécie de “automóvel”.
Nas curvas, a chave que supostamente deveria estar na ignição, ía dar uma volta pelo meio dos tapetes. Não havia problema, pois o pendura lá dava o jeitinho, e o passeio continuava.
Ainda se vêm por aí alguns…

O João impressionou com um carro (na altura) militar.
Um wolkwagen Passat, preto para ser discreto.
Não tive o prazer de “viajar” nesta bomba, mas deve ter muito que contar…

Nesta época, para Orlando que “tinha cara de míudo, mas era muito rodado” não havia segredos quando de carros se falava.
Já tinha tido o seu belo “espada” cinzento, com bancos corridos à frente, que davam muito jeito para as “meninas”.
Se o Zézé Camarinha tivesse um destes…
Nas horas vagas, quando a paixão dava folga, era o meio de transporte do povo. Levava meio mundo!!! Gastava um balurdio… mas como eramos muitos...

No meio do parque automóvel que já teve, de destacar um Nissan 100, e claro o famoso Xô Solteiro, aquele que teve um desaguisado com uma varanda, e por ultimo o gémeo relógio Suíço.

O Hugo, já era uma vedeta e teve um Wolkswagen Carocha Cabriolet, branco.
Carro para o engate, claro está.
Mas o dinheiro que sobrava para manter o nível, devia ser pouco, pois aquilo gastava que se fartava.

Eu, porque foi mais barato, fiquei com o que era da família – um Renault 5 C encarnado, claro.
Foi um veículo que também teve seguidores, pelo menos no Bento e na Raquel.
Um casal com dois carros iguais é um espectáculo:
- Vamos no meu ou no teu?

Era uma viatura espectacular. Bons amortecedores. Nunca me deixou ficar mal!!!
A estreia foi numa viagem até vale de Lobos, e o corajoso que me acompanhou na missão foi o Pedro Oliveira.
Era noite como convém… menos trânsito dá sempre jeito quando tem que se fazer tudo ao mesmo tempo:
Olhar, reduzir, olhar outra vez, travar, olhar para o outro lado, fazer ponto de embraiagem, tornar a olhar, rodar o volante e fazer pisca ao mesmo tempo quando só se tem duas mãos, UUFFF!! (dava jeito ter outro par de olhos ao lado, por isso escolhi um gajo calmo!)

Outras espécies foram surgindo.

O Pedro Oliveira boicotou o esquema dos clássicos e teve um Fiat Panda 750 Fire. Verde com uma risca vermelha na traseira.
Foi um sucesso. Não tinha chave no depósito, e um dia lá foi o tampão… mas numa missão de comandos, lá foi…substituído.
Era um carrinho jeitoso, com um barulho do motor característico, e tinha o “ar”.

Lembram-se do “Ar”. Era um espectáculo um gajo dizer:
Abre o “Ar”…

…E lembrei-me que também se dizia amiúde:
Tira o pé da embraiagem e mete a segunda…

Eram carros tratados com carinho.
Uns “dormiam” com um cobertor ou um plástico no motor durante a noite, em dias de frio, outros ficavam estacionados em descidas para de manhã “arrancar” sem problemas, outros ainda, levavam com spray para “desentorpecer”… era uma paixão a nossa relação com os nossos brinquedos.

Exerciam sobre nós uma força tão grande, que ainda hoje o Carlos Nunes é conhecido pelo “Pi do Renault 19” – fantástico!!!

Mudam-se os tempos, mudam-se os…carros.
Agora é Audis, Volvos, Jeeps, carrinhas, etc, etc, etc.

É melhor, pois claro que é melhor…

Mas tive pena de não ter um 127…

quarta-feira, março 09, 2005

Baú de Recordações - Parte I


De vez em quando, gosto de rever algumas coisas antigas que tenho lá por casa, seja jogos de futebol, fotografias, livros, etc.

Desta vez, quando dava uma ordenação num daqueles molhos enormes de fotografias que todos temos um pouco por todo o lado, fui encontrar verdadeiras relíquias, que remontam ainda à era Pré-NAB.

Entre várias, fui descobrir a que Vos apresento, considerando que entre elas, seria a que iria suscitar maior entusiasmo, pelo que ela representa, e por ser tirada muito perto da altura da formação do núcleo.

Para alguns, não será novidade, mas é com gosto que novamente a trago à Vossa memória.

Confesso, que não foi fácil recordar a data (infelizmente nunca fui de colocar apontamentos nas costas das fotos), tendo para tal de falar com o nosso amigo Gualdim, que prontamente me recordou o ano (de boa memória para ele) e uma série de acontecimentos quentes:

- Época de campanha eleitoral para o que viria a ser a 2ª maioria PSD
- Ano de Benfica campeão (o célebre jogo das Antes com os 2 golos de César Brito)
- Ano de "Tempestade do Deserto" (foi o Andorinha a dar a notícia do inicio da guerra) que por esta altura já tinha terminado, etc, etc, etc,

Dizia, antes de me perder em acontecimentos e efemérides do já longínquo ano de 1991, que fui encontrar esta foto, e a escolhi porque ela encerra algo de muito especial.

Antes de vos lançar um desafio, vou tentar situá-los no tempo e no espaço, e recordar-vos o que envolveu esta fotografia, tornando-a tão diferente?.

O local onde ela foi tirada, junto é casa do Zé Fonseca, tem como pano de fundo as ruínas do Cinema Velho.

O ambiente, como podem constatar de muita alegria, tem a sua explicação.

A começar o dia, um jogo de futebol no Quartel de Queluz (devemos ter ganho), seguido da azáfama do iní­cio da organização daquele jogo em que realmente somos bons:
A almoçarada.
Combinada em casa do Zé, onde o quintal estava ás nossas ordens, tinha como menu uma sardinhada com a bela salada e a batata, e como é obvio, regada com muito vinho e cerveja.

Mesmo muito.

A companhia era boa, a comida também, o vinho era tanto que chega aquela altura em que já não cabemos em nós, em que o calor aperta, o espaço vai encolhendo, e vai de sair para a rua!!!

Copo na mão, e de "cabedal" à vista, começa o desfile por Queluz, nesta Linda figura que a foto documenta, para quem quisesse ver.

E foi realmente o apogeu, quando passa a caravana de um dos partidos, e o pessoal que sempre pendeu mais à esquerda, positivamente a bombardeia com impropérios que hoje ainda se ouvem um pouco por todos os estádios de futebol. Só faltou o "Ó Pinto da Costa vai pró C..."

Foi um dia memorável. E de recuperação difícil.

Lembro que algumas pessoas que me conheciam de infância ... é melhor nem falar!!!

A foto... Já quase me perdia... volto a dizer tem algo de... diferente para os dias de hoje.

Os artistas são os seguintes, da esquerda para a direita:
Em cima "Pirão, Meg, Formiga, Jaime, Ribeirinho, Bento, Praia, Miguel Oliveira
Em baixo "Pedro, Fonseca, Abilio, Jaime Cabeçudo e Quim Zé.

Descobri, sem grande esforço algumas coisas engraçadas, e entre elas saliento a forma como a bandeira do SCP é partilhada entre todos com a maior das alegrias - sinal e pelo menos 1.5º de alcoolémia.

Mas o desafio que tenho para vos fazer, é do de encontrarem algumas diferenças para os dias de hoje!!

Não é difí­cil! Prometo que um dia destes vou juntar o pessoal neste local e tirar outra igual e, ... pesá-la!!!

Até á próxima.

domingo, março 06, 2005

"Aparição"

Sendo católico por baptismo, não sou um seguidor das ideologias da igreja, tendo opiniões próprias sobre esta explosiva matéria, que para o caso não importa divulgar.

No entanto, se existe assunto sobre o qual gostaria de tentar perceber melhor a reacção em cadeia e o culto de massas que giram à sua volta, é precisamente o fenómeno das aparições.

Sou de opinião que elas existem, não na perspectiva divina, de uma aparição que trás uma mensagem, da cristandade ou outra religião, política ou “sob encomenda"?, mas sim na forma de revelação, de algo que surge, ou seja, de algo ou alguém que APARECE.

Na passada sexta-feira fiquei muito mais próximo e sensibilizado com este fenómeno, começando a perceber o que mexe com as pessoas e as faz alterar os seus ritmos e rotinas em função de tamanha alegria e surpresa, quando surge uma revelação desta natureza.

Passo a descrever o que, como algo de transcendente, me aconteceu e aos que comigo partilhavam um momento de lazer:

Como é habitual, ás sextas-feiras após o jantar, dirijo-me à Cervejaria do Fernando, para descansadamente beber um café, lêr a "biblia" e com a tertúlia do costume, combinar o jogo do dia seguinte, e desanuviar um pouco da estafante semana que terminou.
O dia não estava de feição ao aparecimento de muitos amigos, por ausências, trabalho (o frio também não ajuda), pelo que éramos poucos os que irí­amos testemunhar o que daí­ a poucos minutos iria acontecer.

Ocupando uma mesa de tão distinto café, e em amena “cavaqueira"? fico surpreendido quando sem razão aparente, o Pedro se cala e coloca no rosto uma expressão que era um misto de surpresa, alegria e espanto.

Aguardo uns instantes, mas a reacção continua, e sem que desse tempo para me virar, o Pedro, qual Pastorinho (imagino que os miúdos tenham tido uma reacção idêntica) grita:

Saaaapppoooo!!!????

Nem queria acreditar. Era uma verdadeira “aparição"? o que estava diante de nós. Em carne e osso, e “muito pêlo"?.

Para os mais distraídos, o Tó-Zé (Sapo é o seu nome artí­stico colocado na Escola de Massamá, fruto de defesas impossí­veis que ali fazia) é um dos elementos fundadores do NAB.

Sócio nº 2, com raí­zes na fornada da Rua 9 de Abril, onde deu os primeiros passos, tem uma personalidade marcante.
Já em miudo, quando as coisas não lhe corriam de feição, descarregava no seu vizinho Orlando a ira que lhe trespassava a alma.

Comunista convicto, Sportinguista ferrenho, um estudioso nato (deixou de ser um dos Jurássicos do Liceu de Queluz, adoptou uma postura intelectual, e começou a fazer clausura na biblioteca da Amadora, coincidindo com a sua formatura em Sociologia), sem preconceitos e até por vezes algo provocatório à moral e bons costumes (qualquer canto dava um bom urinol).

Polémico – quem não se lembra das suas reacções intempestivas nos SLB-SCP- defende religiosamente a selecção Argentina em detrimento de todas as outras, e refere com orgulho que ainda hoje o recorde de Girafas do Fernando é dele.

Grandíssimo guarda-redes, das defesas espectaculares (que em miúdo não chegava à trave e trepava pelo poste) só não fez carreira, talvez por falta de espí­rito de sacrifício e claro alguns centí­metros.
Inseparavel do seu amigo Bobby, cresceu, e contribui decisivamente para o que o NAB é hoje.

Na revelação da passada sexta-feira, o To-Zé não desiludiu os “seus seguidores"?, apresentando-se como sempre, com a postura cómica e afável, traje negro à “intelectual de esquerda"? com o marcante blusão da saudosa marca Kispo, mas fisicamente diferente, com “papeira�" e como ele diz – já não me dobro.
No resto; o mesmo de sempre!!! E claro, lá teve o Fernando, á semelhança de outros tempos pedir algum recato.

Foi uma noite à antiga, com canecas e imperiais, com muita risada e boa disposição.

Esta figura incontornável do universo do NAB faz falta a todos nós porque é único e inesquecí­vel, e onde está presente não deixa ninguém indiferente.

Foram poucos os "pastorinhos" que partilharam o convivio com tamanha "aparição".

APARECE mais vezes, Ó APARIÇÃO!!!

terça-feira, março 01, 2005

"Desde 1984"

Como bom Gaulês que me orgulho de ser, sou um frequentador, não direi assíduo, mas regular do Serra -(para os mais antigos) ou Pizzaria do Jardim, ou ainda para os mais linguistícos-Via Nostra, que na realidade é como se chama- e não fiquei indiferente ás alterações levadas a cabo já vai para alguns meses.

Quem como eu, e certamente a maioria de vocês (perdoem os eventuais bloggers pela conversa dedicada a amigos) frequenta esta casa desde os tempos do liceu, onde se fizeram dos primeiros jantares de grupo, onde se apanharam algumas bebedeiras, e até onde começaram muitos namoros que mais tarde deram em casório, estranharam/ão algumas alterações que apresenta a nova decoração.

Lembram-se certamente das mesas com ripas por onde se enterrava a toalha e caíam os talheres, dos bancos corridos, tipo tasca, onde cabia sempre mais um?
Temos agora a bela da mesa para 2, com uma cadeira de cada lado, onde já não é permitido o tal roça-roça entre os casalinhos novos.

Se bem me lembro o chão que era em pedra deu lugar a um pavimeto em madeira flutuante. A côr dominante da parede é agora o lilás??!!? (no mínimo é uma côr rotíssima)

A casa de banho continu no lugar de sempre, mas agora com a companhia de uma sala para grupos mais pequenos, assim tipo privado onde se podem até fazer umas festas ...diferentes.

As janelas com o cortinado à Pizzaria da telenovela Vereda Tropical foram substituídas por portas de vidro que se podem abrir totalmente (alto estilo) em dias/noites de verão, conferindo ao espaço um look com mais classe.

O lugar do Mestre Pizzeiro continua intocável, imperial, bem no fundo da sala, onde sobressai o bom do Serra impecávelmente trajado, a dar conta, ou não, dos pedidos que o já-cota-mas-com-cara-de-míudo vai fazendo chegar.

A tecnologia adquirida a meio da vida continua lá, com o video-clip a funcionar (quando não há jogo de futebol), ladeada por magníficas obras de arte que um pouco por todo o mundo se espalham pelas casas de portugueses - cachecois do Glorioso Benfica.

De salientar também em destaque o belo do cachecol do clube cá do burgo, que como é apanágio do bom gaulês nunca fica por divulgar.

Também em destaque, e já para aqueles mais "interessados" pelo seu clube, uma moldura com o bilhete do ultimo jogo na antiga Catedral - Lindo!!!

Como já se viu estamos em boa casa.

Mas o toque de mestre está logo na entrada, dando um requinte e modernismo que não estamos habituados a vêr em Queluz.
Na parte de cima da porta diz o seguinte:

"Desde 1984"

Fiquei cilindrado.

Primeiro pelo requinte técnico de tal referência, típico das mais emblemáticas marcas; mas só alguns segundos mais tarde é que caí em mim:
Isto já existe desde o ano do Euro 84, em que o Chalana e companhia faziam miséria em França!!!
Tinha 13/14 anos... Já lá vão 20...f..-se...

Sem comentários.

O espaço continua agradavel, e bem frequentado pela malta do nucleo que aprecia não só a comida como as tradições da juventude.

Já agora, na Fonte, os tubaros continuam impecáveis; a batata é que tem menos oleo!!!