Foi a 30 de Setembro que tudo aconteceu

Malta jovem se junto e um novo núcleo apareceu

No Bola D´Ouro cresceu a ideia “fenumental”

Com 30 bácuros fazer o maior Núcleo de Portugal

E a ideia foi em frente e até um simbolo criámos

Para de emblema servir um esbelto porco adoptámos

De aposta em aposta, ao futebol na praia

O que nos parte a carola “é um belo rabo de saia!”

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

Sexta-feira, é pronúncio

Domingo, Agitado

Sábado, é dia de Fé

“Finau de Semana é Sagrado”

Lá, lá, lá, lá lá……………Lá, lá, lá, lá lá…………

Já passamos por muito juntos e vamos aguentando

Agarrados às Bejecas e aos amendoins no “Fernando”

Sempre sempre em discussão, por vezes não joga o baralho

Há a irritação da ordem, “ó pá vai mas é para o caralho!”

Nasceu do nada a união que muitos anos durará

Bem expressa nesta canção, a qual ninguém esquecerá

Foi a 30 de Setembro que tudo aconteceu

Malta jovem se juntou e um novo Núcleo apareceu

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

É NAB, É NAB, É NAB, É NAB, É NAB

Lá, lá, lá, lá lá…………….Lá, lá, lá, lá lá………

Lá, lá, lá, lá lá…………….Lá, lá, lá, lá lá………

terça-feira, abril 19, 2005

"Como é que está a maré?"

Eram as palavras mais ouvidas por alturas dos famosos jogos da praia.

Quem não recorda com saudade os fabulosos jogos de futebol na Costa da Caparica, onde ao sabor da hora da maré, se marcou uma época de ouro na história do Núcleo.

À falta de campos onde jogar, (espaços havia poucos, e dinheiro para pagar ainda menos) começámos a experimentar o imenso areal da Costa da Caparica, mais precisamente as areias da praia do CDS, Marcelino e ocasionalmente da praia de S. João.

Para os mais esquecidos, tudo começou num dia em que fomos jogar futebol na praia, e o José Fonseca parou na berma da estrada para roubar uns pinos sinalizadores com o objectivo de fazer postes de balizas.
Daí até à perfeição foi um pequeno passo para nós, mas um grande passo para os seguidores do futebol de praia.

Os pinos sinalizadores, ou os paus de madeira espalhados pela praia já não nos chegavam, e os ideólogos lá tiveram a brilhante ideia de fazer balizas em PVC. Recorco que o Abilio e o Zé Fonseca tinham um papelito com as medidas, que andava de mão em mão até serem ouvidos todos os "especialistas" para se decidir o tamanho correcto.

Escolhidas as medidas, feitos os projectos, lá se compraram alguns bocados do material. Mas claro que fazer uma epopeia destas e não arranjar nada de borla, nem parecia nosso, e vai de ir às obras do Pavilhão do Queluz arranjar mais uns tubos (neste caso inteiros, para aí com cinco metros cada).
E deu cá um jeito andar a correr pelas ruas de Queluz com isto ás costas…

Os projectos das balizas tinham sido um sucesso, e foi até com uma corrida entre as equipas que se ergueram pela primeira vez em pleno areal da praia do Marcelino.
Uma delas tinha cá uma marreca…

Balizas já tínhamos, e nesse ano, a coisa era levada a sério. O comprimento do campo devia ter cerca de 60 metros (?) e a largura era até onde o Meg quisesse, pois tinha uma tendência para procurar os espaços vazios...

Lembro-me que me cabiam 2 postes, para guardar e transportar para os jogos. Durante a semana guardava-os religiosamente na varanda da cozinha, e punha os cabelos em pé à minha mãe, pelo mau jeito que davam. (Deitei-os fora quando me casei e mudei de casa.)

Estudávamos ao pormenor o Correio da Manhã para ver a hora da baixa-mar e depois com as contas ao minuto, lá se combinava a hora da concentração à porta do Bola D’Ouro.
Não foram raras as vezes em que á hora marcada era ainda noite cerrada, mal se distinguindo quem lá estava (tenho uma imagem do Jaime sentado à porta da florista que há-de ficar para sempre) e a chegada à praia coincidia com o sol a nascer.
Era um espectáculo!!!

Como dizia á pouco, cabiam-me dois postes, como à maioria do pessoal (havia uns privilegiados que não os guardavam) e o transporte para o local do crime não era fácil.
Nas viagens para a margem sul eram utilizadas as viaturas do pessoal (os relógios suíços) para levar material e jogadores. A viagem era feita com os vidros abertos, fizesse chuva ou sol, porque os postes não cabiam dentro do carro!!

Mas com estes “problemas” todos, ainda assim lá estávamos nós de quinze em quinze dias, assim a maré permitisse ter um campo impecavelmente liso (nesta altura, o futebol de praia em areias soltas era ainda uma miragem) para os artistas explanarem o futebol que sabiam.

Grandes estrelas nasceram nestes clássicos, tácticas perfeitas eram colocadas em prática jogo após jogo, e o entendimento entre os jogadores era cada vez maior, roçando por vezes a perfeição.
Também algumas mazelas nos atletas começaram aqui a criar raízes, ficando para a história e gravada em video, a lesão que deu origem ao primeiro caso clínico do Núcleo - o Nuno Bento.

Os jogos eram normalmente 7X7 e após a jogatana, quando não havia corajosos para um banhito, lá se bebiam umas “bejecas” no bar, para fazer tempo para o almoço.

Recorremos com frequência aos famosos Benfica-Sporting, que muitas vezes acabavam mal. “Devia ser do cansaço…”
Ficou na memória de todos um marcante derby, em que o Meg fez o 1-0 para o Sporting a meio da primeira parte, e depois de um resto de jogo submetidos a enorme pressão e acantonados na sua área, os pupilos Leoninos, resistiram meritoriamente aos sucessivos ataques dos encarnados, e já com os ânimos exaltados, seguraram o 1-0 final, ficando este jogo como a principal referencia dos futebois na praia.

Foram estas e outras memórias, muitas delas registadas em filme, o resultado de 2 ou 3 anos em que nos deslumbrámos com correrias e futeboladas nos areais da Caparica.

“Registámos a patente”, pois em anos seguintes a moda pegou e as balizas e jogos eram imensos.

A nossa chama de futebolistas de praia foi-se apagando e dando lugar aos jogos de futebol salão.

Foi uma época de ouro, que cimentou a riqueza do espírito do NAB.

Merece ser revivida! Fica para um destes dias…

Até breve

segunda-feira, abril 04, 2005

"O que é feito de ti?"

Acompanhando o nosso crescimento, em idade e em personalidade, estão sempre uma série de pessoas, alem das nossas famílias, com quem partilhamos momentos de alegria e tristeza, e que por variadas razões, nos marcam, e marcam com a sua singularidade, todos os que os rodeiam.

Todos nós temos exemplos de pessoas assim, que não esquecemos.
A sua personalidade, a forma de estar a que nos vamos habituando, as virtudes e defeitos com os quais aprendemos a viver.

Estas pessoas destacam-se!!!

Eles são em determinadas fases da nossa vida, presença assídua.
No entanto, por várias razões, em determinada altura existe um afastamento, normalmente provocado pelos casamentos e mudanças de casa, trabalho, por mudança de escola, enfim, pelo percurso da vida.

Lembrei-me de tentar saber o que é feito de alguns amigos da nossa adolescência.

Imediatamente vêm-me à memoria alguns nomes de pessoas marcantes e de quem, por variadíssimas razões pouco se sabe.

Quem não recorda com saudade, o Xangai (João Pedro), que durante tantos anos fez parte do nosso universo.

Era (ainda deve ser!!) uma pessoa impecável, com a qual se podia contar sempre que se precisava.
“Alinhava” nas coisas, participava com vontade em tudo, e claro, também tinha as suas “estórias” que ficaram para a posteridade.

Ainda hoje aquela do “lavei, cosi… é meu” é um referencial.
Desde os jogos em Mem Martins que não dá sinal.
O que é feito dele?

Outro dos “desaparecidos em combate” e neste caso sócio-fundador no Núcleo, com o número 11, de quem pouco se sabe nos últimos tempos é o Praia.
Singularíssimo!!!
É do Belenenses!!! Sinal de uma pessoa com personalidade forte.
Durante o período de criação de alicerces do NAB, era dos mais activos. Tinha uma maneira de ser divertida e um humor rocambolesco.

Tem episódios para contar que dariam para escrever um livro.
Foi o criador de um local de culto em Queluz - a mítica “Recta do Palácio”- para onde desafiava tudo e todos com a maior das descontracções.
Quem não se lembra do “trabalha cabrão”!!, ou de, num momento de pouca lucidez, querer "partir tudo" na “Nato”, onde fazíamos alguns jogos de futebol, e por azar, os seus jogadores e assistência tinham o dobro do nosso tamanho.

A última vez que o vi, “estava com uma senhora” – esta há-de perseguir-me para sempre – e a morar fora de Queluz.
O que será feito dele?

E o Boca?
Desta “vedeta da bola” ainda vamos sabendo que pesa menos de 90 quilos.

Era uma estrela dentro e fora das quatro linhas.
E fez carreira como tal!!!
Tem o condão de transmitir boa disposição e alegria a quem está com ele.

Na escola, por ser filho da D. Micas e um virtuoso com a bola, toda a gente o conhecia.
Traquina e reguila, estava sempre pronto para a farra. Ainda hoje uma jantarada com ele é memorável.

No dia de eleições, lá estava no palco onde deslumbrou, a dar as coordenadas ao seu “Danny Boy” e a demonstrar como no seu tempo se “faziam as gajas”.

Dele se contam "estórias" mirabolantes.
No mundo da bola é o “Roberto Gaúcho português”. Fora dele não precisa de referências, pois “Boca” já é marca registada.

Da escola da Paulo Reis Gil, cita (em parelha ou trio com o Jaime e o Jaime cabeçudo) o fabuloso “Fado da Caralhada”, uma referência “cultural” e bem preservada do espólio Gaulês.
Para além dos jogos, alguém sabe dele?

Mais uma singularidade – o Paulo da Descida, mais tarde promovido?! a Ti-Clarinha!!!

Este “artista” da mecânica tem um percurso um pouco aparece-desaparece.
Nunca foi dado a conhecer-se. Sempre pautou a sua presença com “low-profile”.
Era nos “futebois” que mais aparecia, e aqui e ali, em momentos de “café”, contribuía de forma marcante, com frases sublimes que o fazem recordar ainda hoje. “Ti-clarinha” era a “banca onde cada um toca aquilo que sabe”, dizia.
Apareceu no Sábado para jogar, mas parecia que se tinha esquecido dos pulmões...
Desapareceu com a chuva…
Por onde andará?

E o Carlos Magalhães?

Não conheço tipo mais engraçado na forma de abordar o futebol.
Tinha tudo para ser uma estrela.
Sabe do assunto, tem a “manha” dos artistas, trata bem a redondinha, tem pinta de vedeta e perfil fotogénico. Até usa gel!!! Parece que, como dizia, “é do ramo”.
É um dos muitos representantes da facção da 9 de Abril, e também só aparece por cá para os jogos de futebol.
Foi o primeiro Sportinguista a “picar-me” quando ainda miúdos de tenra idade, após um Sporting-Benfica com resultado desfavorável aos encarnados, me chamou à janela para vê-lo fazer esvoaçar uma bandeira da “lagartagem”.
Faz “equipa” com o Carlitos desde à longa data, e qual ferrolho suíço, nada passa por eles…

E o pessoal da emigração:
O Tó João, viajou para terras de sua majestade. Deve ser lindo.
Soube que na escola, um dos filhos dava umas palmadas nos “lads” porque não o entendiam (não se admite um gajo falar para um inglês e ele não perceber a nossa língua!).
O “puto” está no bom caminho!!!
A última vez que marcou presença, foi para ver um Benfica-Porto. Visita-nos por alturas festivas e pouco mais…

O seu irmão Mané, está a viver em Madrid, mas o seu coração está em Lisboa e na Gália.
Continua a ser um amante da nossa terra, ou não fosse daqueles que para ele, comer e estar com os amigos, é uma arte que se deve preservar.
Ou está cá, pois continua, entre outras coisas, a aprender a arte do futebol com o pessoal, ou alguém está lá, por isso não conta para o rol dos desaparecidos (só falei nele, porque se fala em emigração), assim como o Zé Fonseca, que também está sempre presente, mas que por viver no Porto, é o "máior" emigrante de todos, carago!!!.

Outro emigrante, o Cajó, primeiro ainda “extava” onde querem “xer” portugueses, mas agora já vai longe, na “Costa Daurada” (o meu catalão está em grande!!!), onde não dá para ir de carro sem fazer escalas.
A ver vamos se um dia destes tem uma surpresa…
Vai dando algumas (poucas) notícias, e as suas vindas são cada vez menores. Tem fortes ligações a elementos do NAB, e quem sabe se um dia destes não estará definitivamente por aí…

… a lista não parava de engrossar.
Há outros de quem não falei; vou deixar para os vossos comentários, para que se relembre tamanhas FIGURAS!

A estas e outras pessoas, deseja-se um regresso às origens, para, pelo menos matar saudades…

Dêem notícias

… e outros? Alguém sabe deles?